Ter medo faz parte da vida de qualquer pessoa.Diante de um fato inesperado é comum ficarmos assustados. As manifestações de medo traduzem o modo como cada um de nós reage e enfrenta as situações que assustam. Sentimos temor ao passar por determinados lugares que são parte de nosso roteiro diário. Cada um de nós desenvolve sentimentos e compor tamentos muito particulares para lidar com os medos do dia a dia. O medo amplifi ca e dá vida a elementos abstratos e seres imaginários. Por se tratar de um sentimento desconfortável que pode vir a ser aterrorizador, há uma tendência a avaliar equivocadamente os que expressam seus temores como pessoas frágeis, acovardadas e fracas.
Todos nós, de alguma forma, temos medo de algo. Há medos que surgem de motivações reais e objetivas, como, por exemplo, de assaltos, de violência e de sequestro. No entanto, não são os dados de realidade que legitimam os medos humanos. Independente da sua natureza, da sua justifi cativa mais ou menos racional para explicar sua origem, todos os nossos temores são ameaçadores e muito difíceis de serem enquadrados nos limites da lógica e do que é previsível. A maioria das crianças temem seres e situações imaginários que jamais estiveram presentes concretamente em suas vidas. Nem por isso os medos infantis deixam de ser legítimos. Eles precisam ser respeitados e compreendidos pelos adultos. Tudo o que é desconhecido pode ser um fator de medo. Embora provoque sensações desconfortáveis, o medo pode signifi car, muitas vezes, a difi culdade de se enfrentar obstáculos. Toda vez que as crianças ficam intensamente apavoradas com alguma coisa, é preciso que o educador entenda que o inconsciente infantil, naquela situação, não consegue discernir fantasia de realidade e, assim, o fantasma passa a ter existência real, a mulasem- cabeça e o velho do saco, também.
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