Estudo 2 - Sutileza e laços afetivos

ESTUDO 2 - SUTILEZA E LAÇOS AFETIVOS


Quem hoje é adulto e tem a missão de ensinar determinada matéria em sala de aula sabe: quando ainda estava nas carteiras escolares, já presenciou – ou até protagonizou – uma fase de amor platônico por algum professor. Uma admiração além da usual, uma espécie de encanto por aquele que estava ali no quadro, falando, orientando, mostrando um mundo novo.

Não é por acaso que essas situações se repetem. O psicanalista Carlos Lisboa, que tem experiência em sala de aula com alunos do ensino médio, explica que o fenômeno da idealização (que pode descambar para a paixão) está ligado o que em psicanálise se chama transferência.


Alguns alunos vão estabelecendo com seus professores relações que ara eles têm um colorido mais de pai e mãe – tanto pelo viés positivo como pelo negativo. Pode haver identificação por semelhanças com os pais ou, ao contrário, pelo fato de o educador apresentar características que eles gostariam de ver no pai ou na mãe. Aliás, a relação com os pais será a matriz desse processo que se desdobrará ao longo da vida. Somando-se a isso, há uma situação típica: quando uma pessoa se destaca em relação a saberes a ela atribuídos.


A rigor, a idealização, se bem conduzida, é uma ferramenta importantíssima de sucesso para o objetivo proposto: a constituição do conhecimento e dos valores que estão ao alcance do professor. Mas é bom estar atento para também não se deixar levar pela situações. O professor percebe que a admiração que ele desperta naquele ambiente é completamente diferente da que ele já experimentou na vida. E aí vem o outro lado da moeda: a sala de aula vira um lugar extremamente sedutor para esse professor. Por isso é importante manter o “pé no chão”. Até mesmo para ficar atento, caso a idealização ganhe contornos de interesse exagerado.


Para o caso desta paixão, deste sentimento exagerado a que acabo de me referir, o conselho é que o professor (ou professora) deve se afastar cuidadosamente, sem romper, criticar e evitar verbalizar, para que o adolescente refaça a relação de outra maneira e não se sinta humilhado. Tudo isso é muito complexo e delicado, porque não há uma “receita de bolo”: o que vale é o bom senso e a sensibilidade do educador.

Casos extremos –
geralmente, os professores conseguem resolver essas situações discretamente. Mas, em casos extremos, eles podem recorrer à direção ou à orientadora pedagógica. Quando a paixão beira a obsessão, é hora de agir, até mesmo chamando os pais ou responsáveis. O ideal é que os professores estejam preparados para quando isso acontecer, procurando orientação com outros educadores que tiverem essa experiência. Este os alunos mais novos, a admiração exagerada está diretamente ligada à relação com os pais. Já, na adolescência, ao despertar para o sexo oposto. Mas não há um estereótipo. E quem se apaixona mais? Meninos ou meninas? Há muitas atrações pelo mesmo sexo? Isso pode ocorrer na mesma proporção entre meninos e meninas. No caso da busca pelo mesmo sexo, a frequência seja bem menor. Primeiro porque a homossexualidade ocorre com menos frequência do que a heterossexualidade. E segundo porque um menino ou uma menina com tendência homossexual ainda estará, nessa fase, envolvido numa série de conflitos que essa escolha acarreta.

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