Ao relacionarmos a organização do trabalho pedagógico ao processo de desenvolvimento de infantil temos que refletir nas seguintes questões:
>Temos oferecido as nossas crianças possibilidades de experimentarem um exercício concreto de escolher e decidir, com ajuda e posteriormente com autonomia, permitindo-lhes tomar em suas mãos a vida da do ensino?;
>Como a mudança na forma de lidar com o tempo possibilita as nossas crianças elaborar a sua vida no processo de aprendizagem? De que maneiras nós educadores temos nos relacionado com nossos próprios tempos: tempo de trabalhar, tempo de descansar, tempo de estudar, tempo de planejar, tempo de ler, tempo de sonhar?;
>Com tantos afazeres, como nos distanciar do tempo que o relógio marca?.
No ambiente de aprendizagem, conhecimentos precisam ser socializados para que os sujeitos deles se apropriem como instrumentos para a leitura e escrita de mundo. Qual relação disso com a organização do trabalho pedagógico? A organização pedagógica didatiza esses conhecimentos, transformando-os em conhecimentos que irão se inserir no processo contínuo de desenvolvimento a aprendizagem de nossas crianças. Temos o desafio de organizar uma prática pedagógica culturalmente relevante e que, ao mesmo tempo, enfatiza o conhecimento formal.
Tanto em situações cotidianas como em situações formais de aprendizagem, o sujeito aprende na relação como o outro. A natureza da aprendizagem humana é sempre social, está sempre ligada a um contexto. Entretanto, para as aprendizagens de práticas sociais e culturais, o sujeito se vale de estratégias distintas daquelas utilizadas para se apropriar dos conhecimentos formais.
A capacidade de o indivíduo adquirir conhecimentos formais não vem acompanhada do domínio automático das estratégias de aprender. No espaço de aprendizagem, o indivíduo depende de uma intervenção intencional do outro para que essas estratégias sejam reveladas. Por isso, parece haver um fosso entre as experiências vividas dentro e fira da escola. Parece que as crianças vivenciam uma cultura distinta da cultura do ambiente de aprendizagem.
Portanto, temos em nossos ambientes de aprendizagem o objetivo de ensinar os conhecimentos formais a partir das práticas culturais que constituem os sujeitos.
Precisamos pensar a ação pedagógica para além da mera transmissão e recepção de informações. Ao discutirem um assunto, planejarem e realizarem uma tarefa, responderem ou formularem perguntas, tomarem decisões, os alunos estarão progredindo nos seus processos desenvolvimento e aprendizagem. Nesse processo, a intervenção intencional do educador é imprescindível e alcançará resultados não visíveis ou imediatamente identificáveis, mas que estarão inserindo os alunos num novo contexto de aprendizagem.
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