Imagens de Noel - O poeta da Vila e Filósofo do Samba



Biografia de Noel Rosa


Estarei dando continuidade ao Projeto Noel Rosa, afinal, estamos em seu Centenário. Eis a sua Biografia.
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"Seu garçom faça o favor de me trazer depressa / Uma boa média que não seja requentada / Um pão bem quente com manteiga à beça / Um guardanapo e um copo d'água bem gelada / Feche a porta da direita com muito cuidado / Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol / Vá perguntar ao seu freguês do lado / Qual foi o resultado do futebol."

Esse é um trecho da composição "Conversa de Botequim", de Noel Rosa e Vadico, que retrata, de forma saborosa, a vida boêmia do Rio de Janeiro. Noel Rosa nasceu no bairro de Vila Isabel, no Rio de Janeiro, que se tornou célebre através de suas músicas. Sua mãe teve um parto difícil e o médico precisou usar fórceps, o que teria causado seu problema no queixo, pouco proeminente.

Noel cresceu franzino e doentio. Apesar disso, desde a adolescência interessou-se pela vida boêmia, freqüentando rodas de samba. Aprendeu a tocar bandolim com sua mãe, adotando depois o violão, que aprendeu a tocar com o pai, como seu instrumento.

Em 1927, Noel fundou, com os compositores Almirante e Braguinha, o Bando dos Tangarás. Nesse ano, criou suas primeiras composições, "Minha Viola" e "Festa no Céu".

Entrou para a Faculdade Nacional de Medicina em 1930, que abandonou dois anos depois.

Em 1931, a composição "Com que Roupa?" tornou-se um grande sucesso no Carnaval.

Durante a década de 1930, Noel Rosa tornou-se um compositor extremamente criativo e protagonizou uma carreira vertiginosa, com mais de uma centena de composições, entre sambas e marchinhas. Trabalhou com dezenas de parceiros. Foi nessa década que compôs os sucessos "Feitiço da Vila", "Filosofia", "Fita Amarela", "Gago Apaixonado", "O x do Problema", "Palpite Infeliz" e "Pra que Mentir".

Noel Rosa vendeu suas músicas para outros cantores, tornando-se conhecido no rádio, pelas vozes de cantores como Araci de Almeida, Mário Reis e Francisco Alves.

Além de serem crônicas da vida carioca, as letras bem elaboradas de Noel Rosa tematizaram o amor. Em 1934 o poeta apaixonou-se por Ceci, que conheceu numa festa junina. No fim desse ano, no entanto, acabou casando-se com Lindaura.

Doente de tuberculose, Noel Rosa passou uma temporada em Belo Horizonte, em busca de tratamento, voltando depois ao Rio de Janeiro. Continuou levando a vida nos bares, bebendo e fumando.

Apresentava-se em programas de rádio e fazia recitais e apresentações públicas. Em 1935, ainda viu duas composições suas estrearem no cinema, no filme "Alô, Alô Carnaval".

Noel tinha apenas 26 anos quando faleceu em sua casa, no bairro de Vila Isabel.

Gênero Dramático

É composto de textos que foram escritos para serem encenados em forma de peça de teatro. Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve primeiro ser transformado em um roteiro, para depois poder ser transformado em um texto do gênero espetacular.

É muito difícil ter definição de texto dramático que o diferencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma tendência atual muito grande em teatralizar qualquer tipo de texto. No entanto, a principal característica do texto dramático é a presença do chamado texto principal, composto pela parte do texto que deve ser dito pelos atores na peça e que, muitas vezes, é induzido pelas indicações cênicas, rubricas ou didascálias, texto também chamado de secundário, que informa os atores e o leitor sobre a dinâmica do texto principal. Por exemplo, antes da fala de um personagem é colocada a expressão: «com voz baixa», indicando como o texto deve ser falado.

Já que não existe narrador nesse tipo de texto, o drama é dividido entre as duas personagens locutoras, que entram em cena pela citação de seus nomes. "Classifica-se de drama toda peça teatral caracterizada por seriedade, ou solenidade, em oposição à comédia propriamente dita".

Gênero lírico

Na maioria das vezes expresso pela poesia. Entretanto é de grande importância realçar que nem toda poesia pertence ao gênero lírico. Esse gênero preocupa-se principalmente com o mundo interior de quem escreve o poema, o eu-lírico, que pode ser também chamado de sujeito lírico, voz lírica ou voz poética. Os acontecimentos exteriores funcionam como estímulo para o poeta escrever. O que é fundamental em um poema é o trabalho com as palavras, que dá margem à compreensão da emoção, dos pensamentos, sentimentos do eu-lírico e, muitas vezes, levam à reflexão, portanto, sendo geralmente escrito na primeira pessoa do singular.

Na poesia moderna encontram-se muitas manifestações poéticas que criticam a realidade social em que ela está inserida e onde está circulando. Um dos papéis mais importantes do poema é manter viva a experiência histórica da humanidade e registrar os preceitos das épocas que vão se transformando.

No entanto, mesmo quando na poesia o escritor fala da sua experiência e/ou do seu tempo, ele o faz de uma forma diferenciada daquela que geralmente se encontra nos registros dos outros gêneros textuais; nesse caso, o poeta faz uso da memória da linguagem de um passado presente, que se alimenta, entre outras coisas, do inconsciente. A importância da palavra no poema é tão relevante que é possível aproveitar toda a riqueza fonética, morfológica e sintática da língua e, através dela, constroem-se várias maneiras de provocar sensações no íntimo do leitor. Devido a essa intensidade de expressão, as obras líricas tendem a ser breves e a acentuar o ritmo e a musicalidade da linguagem.

Gêneros literários - Gênero narrativo

Além do Centenário de Noel Rosa, estarei abordando também sobre os gêneros literários, para trabalhar com a literatura, em breve, estarei abordando o tema "Literatura Infantil"

O gênero narrativo nada mais faz do que relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou mais personagens, e assim o faz de diversas formas. As narrativas utilizam-se de diferentes linguagens: a verbal (oral ou escrita), a visual (por meio da imagem), a gestual (por meio de gestos), além de outras.

Quanto à estrutura, ao conteúdo e à extensão, pode-se classificar as obras narrativas em romances, contos, novelas, poemas épicos, crônicas, fábulas e ensaios. Quanto à temática, às narrativas podem ser histórias policiais, de amor, de ficção e etc.

Todo texto que traz foco narrativo, enredo, personagens, tempo e espaço, conflito, clímax e desfecho é classificado como narrativo.

Textos narrativos

Seguem, abaixo, modalidades textuais pertencentes ao gênero narrativo.[2]

.Romance: é um texto completo, com tempo, espaço e personagens bem definidos de carácter verossímil.
.Fábula: é um texto de carácter fantástico que busca ser inverossímil (não tem nenhuma semelhança com a realidade). As personagens principais são animais ou objetos, e a finalidade é transmitir alguma lição de moral.
.Epopéia ou Épico: é uma narrativa feita em versos, num longo poema que ressalta os feitos de um herói ou as aventuras de um povo. Quatro belos exemplos são O Senhor dos Anéis, de J. R. R. Tolkien, Os Lusíadas, de Luís de Camões, Ilíada e Odisséia, de Homero.
.Novela: é um texto caracterizado por ser intermediário entre a longevidade do romance e a brevialidade do conto. O personagem se caracteriza existencialmente em poucas situações. Como exemplos de novelas, podem ser citadas as obras O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka.
.Conto: é um texto narrativo breve, e de ficção, geralmente em prosa, que conta situações rotineiras, anedotas e até folclores (conto popular). Caracteriza-se por personagens previamente retratados. Inicialmente, fazia parte da literatura oral e Boccaccio foi o primeiro a reproduzi-lo de forma escrita com a publicação de Decamerão.
.Crônica: é uma narrativa informal, ligada à vida cotidiana, com linguagem coloquial, breve, com um toque de humor e crítica.
.Ensaio: é um texto literário breve, situado entre o poético e o didático, expondo ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É menos formal e mais flexível que o tratado. Consiste também na defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, literário, etc.), sem que se paute em formalidades como documentos ou provas empíricas ou dedutivas de caráter científico.

A Importância de Noel

Noel Rosa deu além de suas composições outra grande contribuição à música brasileira, pois foi ele que trouxe o samba dos morros para o asfalto. Ele foi ainda o grande responsável pela democratização do gênero musical mais popular de nosso país. Naquela época o samba era uma música apenas para os mais pobres, e Noel subiu aos morros e conviveu nos bares com diversos compositores anônimos. Outro grande mérito do compositor foi conseguir trazer em suas letras o “seu ser” daquela época, antes dele os sambas não eram atuais, as letras de samba costumavam falar do passado e glorificar a africanidade. O Noel mudou o samba.

A Imortal Obra de Noel

Apesar da morte precoce (aos 26 anos) Noel deixou uma extensa e magnífica obra, que vem sendo revisitada e estudada por diversos nomes da cultura brasileira. Ao todo foram mais de trezentas composições, sendo gravadas pelos mais importantes intérpretes da época, e da atualidade.

Noel era um grande cronista de sua época, com bom humor registrou diversas passagens que comprovam toda a sua genialidade, que das quais eu conheço, agora me recordo de duas: certa vez Noel foi apresentado pela dona de uma festa no bairro da Tijuca a uma moça que já tinha sido sua namorada. Ao lado de seu novo namorado, para surpresa do ex, ela tentou encobrir o romance anterior dizendo: “Prazer em conhecê-lo” Diz que Noel não gostou da situação e abandonou a festa com seus amigos. Foram diretamente a um bar e pede um papel ao garçom, e assim escreve “Prazer em Conhecê-lo”, um bom exemplo de suas grandes composições.

O sambista chegou ainda a estudar medicina, e em uma prova de anatomia respondeu dez questões em prosa e verso, o professor achando um absurdo deu a nota zero a Noel, mas conta-se que as respostas estavam rigorosamente corretas.

Entre suas composições estão os grandes clássicos: “Palpite Infeliz", "Feitiço da Vila", "Conversa de Botequim", "Último Desejo", "Silêncio de um Minuto", "Pastorinhas" e "Com Que Roupa?".

Vários livros foram lançados a respeito da vida e obra do artista, destacam-se: O Songbook Noel Rosa 1, 2 e 3 (livros com suas partituras por Almir Chediak), "No Tempo de Noel Rosa", escrita pelo amigo Almirante, e a essencial "Noel Rosa: Uma Biografia" de João Máximo e Carlos Didier. Noel Rosa foi ainda destaque várias vezes no cinema, em longas metragens, e em peças de teatro.